SPA saúda decisão da Procuradoria-Geral da República em relação ao caso das obras de Joan Miró

A SPA congratula-se com a decisão da Procuradoria-Geral da República de interpor uma providência cautelar com o objectivo de suspender o processo de venda em leilão, fora de Portugal, das 85 obras de Joan Miró que pertenciam ao espólio do BPN. Saudando esta iniciativa da PGR, a SPA considera que tudo deve ser feito para evitar que este importante acervo artístico deixe o país, no quadro de uma estratégia de obtenção de verbas a qualquer custo para cobrir os”buracos” orçamentais do Estado.

De todo este processo, complexo e nebuloso, pelo menos duas conclusões podem ser extraídas: a Cultura e a Arte têm uma importância evidente e inquestionável como factor de desenvolvimento económico ( de outro modo os bancos não investeriam em arte o que investem, ou pelo menos investiram) e, por outro lado, o governo revelou, uma vez mais, uma chocante insensibilidade na forma de lidar com este tipo de matérias. Vender no estrangeiro, em leilão, quase uma centena de obras de Joan Miró, falecido em 25 de Dezembro de 1983, aos 90 anos, e um dos maiores pintores do século XX, não é acto que se pratique de ânimo leve, no quadro de uma mera estratégia economicista.

A SPA, que também representa os criadores das artes visuais, não podia deixar de tomar posição pública nesta matéria, até por estar consciente da receita que a permanência destas obras em Portugal poderá gerar, com o indispensável enquadramento museológico e com a devida articulação com a área do turismo. Tenha-se presente que o catalão Joan Miró é um dos principais factores de atracção turística de Barcelona, onde funciona a fundação com o seu o nome e onde existe, devidamente musealizada, a sua casa-atelier.

Espera, assim, a SPA que prevaleça o bom senso e que tudo seja feito para que os quadros de Miró permaneçam em Portugal, enquanto se aguarda o julgamento e condenação exemplar dos responsáveis pelo escândalo nacional que continua a ser o caso BPN, que os Portugueses não esquecem nem esquecerão.

Lisboa, 5 de Fevereiro de 2014

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