SPA quer ver José Afonso consagrado no Panteão Nacional em 2019

O ano de 2019 tem importantes efemérides para serem celebradas. Para além do centenário do nascimento dos poetas Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena, no mês de Novembro, irão comemorar-se os 45 anos do 25 de Abril de 1974, com tudo o que a data abarca e simboliza.

Mas, em 2 de Agosto de 2019, comemoram-se os 90 anos do nascimento do cantor e autor José Afonso, cooperador da SPA desde Fevereiro de 1978 até à data da morte em 23 de Fevereiro de 1987. Também por ser autor e intérprete da canção “Grândola, Vila Morena”, Zeca Afonso é uma das figuras mais marcantes da história da vida cultural e artística portuguesa que influenciou as gerações que se seguiram à sua, tanto do ponto de vista artístico como do político e do moral.

Para além do compromisso que assumiu com as suas canções na luta pela liberdade e pela democracia, tendo estado preso em Caxias em Abril e Maio de 1973, Zeca Afonso merece ter os direitos da sua obra preservados e edições que representem o seu extenso e inigualável repertório.

São estas razões de sobra para que os autores portugueses publicamente se batam pela transladação dos restos mortais do cantor-autor para o Panteão Nacional, onde estão Amália Rodrigues, Sophia de Mello Breyner ou Humberto Delgado, entre outros. É este o tributo e é esta homenagem que Portugal deve a quem como mais ninguém o soube cantar em nome dos valores da liberdade, da democracia, da cultura e da cidadania.

A SPA assume publicamente o compromisso de lutar por este legítimo e inadiável acto de consagração que deverá coincidir com os 90 anos do seu nascimento e com os 45 anos do 25 de Abril.

Por outro lado, a SPA continuará a bater-se, em articulação com os herdeiros de José Afonso, pela preservação da sua obra e contra a negligência e incapacidade dos editores que a deixaram gravemente dispersa e abandonada.

Para além de cantor da liberdade, Zeca Afonso é um símbolo que nunca poderá ser esquecido ou ignorado, embora nunca se tenha batido por actos de consagração e de reconhecimento. Devem ser hoje as novas gerações a aplaudir e a louvar a obra do homem que, nascido em Aveiro a 2 de Agosto de 1929, deixou uma marca perene e profunda na vida cultural e cívica de Portugal.

Lisboa, 21 de agosto de 2018

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